Um novo polidesportivo na celebração dos 503 anos da Freguesia de Chancelaria

Um novo polidesportivo na celebração dos 503 anos da Freguesia de Chancelaria

Apesar de ter feito anos no dia 1 de Julho – quinta-feira passada –, a freguesia de Chancelaria só comemorou o seu 503º aniversário no sábado seguinte (3 de Julho), como manda a tradição. O Dia da Freguesia foi assinalado com a inauguração da requalificação do Polidesportivo, dois jogos de futsal, uma atuação musical e… uma grande novidade: a apresentação do projeto para o novo Multiusos de Chança, um edifício que se prevê moderno, que aproveita o devoluto edifício onde funcionava a Escola Primária e que pretende essa lacuna existente na freguesia, a ausência de um espaço com essas características. Tudo sem nos esquecermos dos “parabéns” cantados pelos presentes, sempre com as devidas cautelas de desinfecção das mãos, distanciamento e utilização da máscara.

Vamos então por partes. Depois de em 2020 não terem sido possíveis quaisquer celebrações, devido ao estado da pandemia, em 2021 regressou-se a uma normalidade possível na vida dos chancenses, pelo menos, no que concerne ao Dia da Freguesia. “Há largos meses que já não se via o centro da vila assim tão composto”, ouvia-se aqui e ali. O dia de Verão que se fazia sentir convidava a isso mesmo.

 

O convidado de honra destas celebrações foi o Presidente do IPDJ do Alentejo, Miguel Rasquinho. Num breve discurso que aconteceu antes dos jogos de futsal, lado-a-lado com o Presidente da Junta de Freguesia de Chancelaria, Carlos Narciso, e com o Presidente da Município, Francisco Reis, o governante monfortense mostrou-se “satisfeito com a aposta feita no melhoramento e manutenção das condições” para a prática desportiva não só na Chança, mas em todo o concelho de Alter do Chão. “Com investimento na qualidade, fomenta-se a prática desportiva dos miúdos e graúdos”, destacou.

O edil alterense preferiu realçar as qualidades do seu colega Presidente de Junta de Freguesia, adjectivando-o de “humilde, sério, trabalhador e transparente”. “Esta iniciativa funciona como uma merecida homenagem a um homem que faz tudo por esta freguesia. Como sabem, mesmo com as duas actividades profissionais que desempenha – situação difícil de conciliar –, nunca deixa a liderança da sua freguesia para trás!”

Já o chancense Carlos Narciso, para além dos elogios ao “produto final” que todos conseguíamos vislumbrar – um Polidesportivo que não via qualquer intervenção há cerca de 20 anos – destacou o papel desempenhado por Francisco Reis para que esta requalificação pudesse ver a luz do dia e convidou a população a utilizar de forma responsável, o espaço que “agora” abriu portas de forma oficial.

No campo, o público assistiu, primeiramente, ao duelo entre a AD Alter (com uma participação especial do Vereador com o pelouro do Desporto, Hélder Sancho) e o FC Monfortense. Uma partida bem disputada, que sorriu aos visitantes (1-2). Logo a seguir, Amigos de Chança vs Amigos de Chança, com um resultado… que pouco importa! Ganhou a boa disposição e a confraternização, que aliás se foram perpetuando ao longo do dia e das quais já tínhamos tantas saudades.

As normas da DGS que estão previstas para a realização destes eventos foram cumpridas à risca. Todos os jogadores das equipas que subiram ao Polidesportivo de Chança foram testados durante a tarde, e só após os testes negativos foi dada a luz verde para início dos jogos.

O projeto “Multiusos” e “As Ceifeiras” de regresso aos palcos

Antes do que já descrevemos, teve lugar a habitual sessão solene, com discursos de membros do executivo da Junta de Freguesia, presidida por Carlos Narciso, onde foi feita uma retrospetiva ao mandato, mas sobretudo, discursos que deixaram bem claro o orgulho que existe em tudo aquilo que os chancenses foram conquistando ao longo dos anos, em todos os setores de atividade.

Em pano de fundo, passavam imagens em 3D do projeto para a reconversão da antiga Escola Primária em Multiusos de Chança, que ia motivando sussurros curiosos em quem assistia no interior da sala. Eventualmente, Carlos Narciso explicou o contexto do projeto, que surge da demonstração de uma necessidade levada até ao edil de Alter do Chão, à qual prontamente acedeu e se disponibilizou a colaborar.

Francisco Reis considera que esta é uma “necessidade real” da freguesia, que é a única do concelho que ainda não está dotada de um espaço Multiusos. Para tal, terá de ser feita uma candidatura aos fundos comunitários, de modo a conseguir-se o financiamento necessário para que o projeto passe do papel para o terreno. A ideia insere-se na estratégia seguida até aqui pelo executivo:

“Esta é uma das nossas prioridades atualmente e assim continuará a ser no futuro: preservar e requalificar aquilo que os nossos antepassados nos deixaram”, evocando de seguida o falecido António Borges [ex-membro da Assembleia Municipal de Alter do Chão e conhecido economista], que dizia recorrentemente: “Evitem construir novo, coloquem o que os nossos antepassados nos deixaram ao serviço da população”. Uma política que a Câmara insiste em seguir, já com várias provas dadas disso mesmo, em todo o concelho, ao longo destes “quase” quatro anos.

Nota final para o regresso aos palcos do Rancho Folclórico “As Ceifeiras” de Alter do Chão, que durante cerca de 45 minutos trouxeram a “nota artística” a esta celebração, abrilhantando-a com as suas modas, numa tremenda mostra de vitalidade associativa.