Freguesias

Frequesias

Alter do Chão

A origem de Alter do Chão poderá ser atribuída a um povoado romano, fundado a partir de um aglomerado da Idade do Ferro em Alter Pedroso. De Abelterium, cidade romana que vem referenciada no Itinerário de Antonino Pio, terá provavelmente nascido Alter do Chão. Tem 140,85 km² de área e 2 373 habitantes (Censos 2011). A sua densidade populacional é de 16,8 hab/km².

No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda, D. Vicente, propôs “restaurar e povoar Alter”, atribuindo-lhe o 1º Foral no ano de 1232. D. Afonso III com o objetivo de incentivar o povoamento manda reconstruí-la, e terá mesmo concedido novo Foral em 1249. Mais tarde, D. Dinis atribui-lhe dois Forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém.

Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o atual Castelo e confirma-lhe, através de nova carta de Foral, os privilégios anteriores. D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança, fundada pelo casamento de D. Beatriz, filha do Condestável com D. Afonso, filho bastardo do progenitor da Ínclita Geração.

O Foral de Leitura Nova foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efectivar por D. Manuel. Do período quinhentista as construções que subsistem mostram a vitalidade e importância que a vila tomou. São deste período:

– O Chafariz Renascentista;

– A Igreja de Nossa Senhora da Alegria e a Janela Geminada, na Rua General Blanco.

Prova evidente do desenvolvimento que Alter alcançou no período Barroco, e do qual se pode orgulhar, são as várias construções civis e religiosas de entre elas algumas imponentes, das quais se destacam:

– A Coudelaria de Alter, mandada construir por D. João V em 1748 por iniciativa do Príncipe D. José, para a produção do cavalo Lusitano, cujo destino era a Arte Equestre, muito em voga nas cortes daquela época;

– O Palácio do Álamo;

– A Igreja do Senhor Jesus do Outeiro;

– A Igreja do Convento de Santo António;

– Os chafarizes da Barreira e dos Bonecos.

Chancelaria

A Chancelaria surge ainda no tempo em que os romanos ocupavam a Península Ibérica e era então denominada por “Vila Facaia”. Esta nomenclatura foi alterada mais tarde para “Vila Formosa”, talvez devido à formosura dos campos em que se encontrava e sobre os quais edificaram uma majestosa ponte. Com 71,7 km² de área e 448 habitantes (Censos 2011), a sua densidade populacional é de 6,2 hab/km².

No entanto, a sua designação atual surge por alturas da implementação da política agrária de D. Afonso III (reinou entre 1248 e 1279), onde aconteceram as divisões dos terrenos em propriedades livres, designadas por “herdades”, pois eram deixadas em herança de pais para filhos. Estas “herdades” pagavam um imposto, intitulado “chancelaria”.

Estipulava-se, seguidamente, os direitos e obrigações dos moradores, bem como as penas e coimas a que estavam sujeitos aqueles que infringissem as leis do concelho. O Concelho de Chancelaria tinha dois juízes ordinários, três vereadores, um procurador, escrivães, porteiros e demais funcionários necessários à sua administração. Tinha também capitão-mor, entidade a quem competia superintender na alçada civil e do crime, bem como comandar uma companhia de ordenanças.

Posto isto, a partir do reinado de D. Fernando (1367 e 1383) a vila passa a ser chamada de “Chancelaria” e os rendimentos fiscais da localidade fazem face às suas despesas, tendo sido doada a D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431). Criou-se assim a ligação desta localidade à “Sereníssima Casa de Bragança”, fundada pelo Rei D. João I (1385 e 1433) e pelo condestável D. Nuno Álvares Pereira que acrescentou, por carta de 4 de abril de 1422, rendas e direitos da localidade de Chancelaria, confirmada mais tarde pelo rei D. Duarte (1433 e 1438). A 1 de julho de 1518, D. Manuel I, concede o Foral à vila de Chancelaria.

(Fonte: Silva Carvalho, Alexandre. “Distrito de Portalegre, Concelho de Alter do Chão – suas freguesias rurais…”. 1982, edição comemorativa dos 750 anos do primeiro foral de Alter do Chão)

Cunheira

Ocupa uma área de 4553 hectares onde já chegaram a residir cerca de 700 pessoas. É a mais recente freguesia do concelho, tendo sido criada a 20 de Fevereiro de 1976. Até essa data fez parte da freguesia de Chancelaria. Quanto ao topónimo pensa-se que poderá estar relacionado com a existência de coníferas. Tem 37,08 km² de área e 389 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 10,5 hab/km².

O povoamento deste território deve remontar a épocas antes da romanização, pois também aqui o megalitismo teve grande incremento. Aliás, podem ser visíveis as construções formadas por pedras.

 

Património Cultural:

– Igreja Matriz;

– Fonte do Fraguil;

– O edifício do Centro de Dia.

 

Outros locais de interesse:

– Piscinas;

– Recinto de Festas;

– Jardim e Reserva de Caça.

 

Coletividades:

– Grupo Recreativo Olímpico de Cunheira (GROC);

– Grupo Social de Cunheira;

– Associação de Caçadores de Cunheira.

As feiras anuais realizam-se no 2º Domingo de Abril e no último Domingo de Outubro. As festas de Verão realizam-se em Julho, em Honra de N.ª Sr.ª da Conceição, a padroeira desta freguesia.

Seda

Com cerca de 400 habitantes (censos 2011), a freguesia de Seda está situada numa pequena elevação, a 12 km da sede do concelho, ocupando uma área de 11,223 hectares. Foi uma vila e outrora constituiu um pequeno concelho, que surge do foral dado por Frei Simão Soeiro (Mestre da Ordem de Avis), em 1271. Extinto em 1836, este era constituído pelas freguesias de Ervideira, Sarrasola e Seda e tinha, em 1801, 754 habitantes.

O povoamento desta freguesia ascende a épocas pré-romanas, de que são testemunho cerca de dezena e meia de antas identificadas. Porém, a presença dos romanos na região e a sua invulgar capacidade construtiva mantém-se intacta à passagem do tempo e das águas. Exemplo disso é a Ponte Vila Formosa, erguida algures os séculos I/II – classificada como monumento nacional desde 1910 –, que ainda hoje permite a passagem no sentido Ponte de Sor.

A população dedica-se à agricultura, pecuária, indústria de panificação, moagem, construção civil, comércio e serviços. A feira anual realiza-se no segundo fim-de-semana de Julho, com a romaria a S. João a acontecer no dia 24 desse mesmo mês. As festas de Verão realizam-se em Agosto.

 

Património Cultural:

– Igreja Paroquial, dedicada à N.ª Sr.ª do Espinheiro, sobranceira ao casario baixo da freguesia. O Templo é muito simples, com torre sineira típica do século XVI, de cúpula cónica. O altar principal é de madeira entalhada, de século XVII;

– Capelas de S. João, S. Bento e de S. Brás;

– Ponte Romana;

– Muralhas da freguesia;

– Fonte do Ribeirinho;

– Vestígios do Mosteiro de S. Veríssimo.

 

A gastronomia não varia em relação às outras freguesias do concelho, também aqui se confeciona o ensopado de borrego, a açorda alentejana e as deliciosas migas. Quanto ao artesanato, este é maioritariamente constituído por artefactos de cortiça e de madeira, para além da sapataria e tapeçaria.