Culturfest 2021: A cultura volta a pisar um dos seus palcos de excelência em Alter do Chão

Culturfest 2021: A cultura volta a pisar um dos seus palcos de excelência em Alter do Chão

Isabel Stillwell, uma das caras mais conhecidas do nosso país no que ao Romance Histórico diz respeito, foi a convidada da sessão de abertura.

Depois de um ano de ausência, o Culturfest – festival alterense dedicado às mais variadas correntes culturais – aloja-se na literatura, mais concretamente nos romances históricos, para regressar à vida de toda a população, ao mesmo tempo que tem a função de cartão-de-visita para quem escolhe o nosso concelho para passar uns dias em família.

Na sessão de abertura, que decorreu na sexta-feira (18 de Junho) a Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Tânia Maria Falcão, demonstrou-se feliz pela realização do festival e confessou-se fã da escritora que a ladeava, Isabel Stillwell. “A Isabel tem feito um trabalho extraordinário ao nível da investigação e principalmente na promoção da cultura portuguesa em Portugal e além-fronteiras, por isso só tenho de agradecer por todo este percurso e pela sua presença neste arranque da nossa iniciativa”, começou por dizer.

“Quem vive em regiões de baixa densidade populacional, sabe que muitas vezes não é fácil conseguir ter acesso a respostas adequadas do ponto de vista cultural, principalmente nesta altura pandémica em que nos encontramos. Por isto, creio que é nossa obrigação [do Município] a pró-atividade na procura de espectáculos de qualidade para que os nossos habitantes não tenham que se deslocar aos grandes centros para satisfazerem a sua necessidade de consumo cultural. Com uma gestão equilibrada do orçamento e sem nunca esquecer o contributo das nossas associações, é precisamente isso que temos feito e que tencionamos continuar a fazer”, sublinhou ainda a Vice-Presidente, que tem o pelouro da Cultura.

Já Isabel Stillwell, autora que tem por hábito nas suas obras conjugar o romance ficcionado com a História de Portugal, agradeceu as palavras de Tânia Maria Falcão e considerou-as “muito importantes” para quem escreve, sem esquecer o agradecimento a todos aqueles que marcaram presença no Castelo (com sala cheia) para a ouvir com toda a atenção. “Muitas vezes estamos mergulhados na escrita, envolvidos numa depressão criativa onde pensamos «Oh não ninguém me vai ler», mas depois temos o feedback positivo das pessoas e sentimos que tocamos as suas vidas, o que é algo muito bom! Já para não falar que o sitio escolhido é o mais indicado. É sempre mais gratificante falar de história onde a mesma aconteceu”, realçou a escritora.

A conversa correu muito bem, com a moderação de Tito Couto. De tal maneira que a autora até deixou em aberto a possibilidade de colaborar com o Município em iniciativas futuras.

Apesar do Culturfest se ter iniciado “oficialmente” apenas na sexta-feira, o dia anterior já teria atividades com a sua génese na literatura, nomeadamente junto do Agrupamento de Escolas e ainda da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC). Vários escritores deslocaram-se a estes estabelecimentos de ensino e desenvolveram actividades com as várias turmas, complementadas com a oferta de um livro a cada um delas. O Município pretende assim fomentar o gosto pela leitura junto dos mais novos, bem como lembrá-los da importância dos livros para o desenvolvimento do pensamento crítico e de uma sociedade informada.

A programação continua a decorrer no Castelo de Alter do Chão durante o dia de sábado e domingo, com entradas gratuitas!