Pontos de Interesse
Alter do Chão
- 1 cidade romana
- 1 ponte romana
- Kms de via romana
- 3 castelos
- 5 batalhas
- 1 coudelaria
- 12 monumentos e sítios classificados
Castelo de Alter Pedroso
Fortificação de origem islâmica, conquistada em 1160 por D. Afonso Henriques com auxílio dos Cavaleiros Templários, aos quais foi doada.
Construído em alvenaria de xisto à fiada e argamassa de cal, conserva apenas troços de muralha sem ameias entre três cubelos de planta circular e ainda vestígios de um quarto cubelo.
Imóvel de Interesse Público, 1982
Seda, Alter do Chão
Estado Português, sob gestão do Município de Alter do Chão
Castelo de Seda (Muralhas)
O monumento é impropriamente designado como castelo, uma vez que consiste nos remanescentes de um troço da cerca urbana, o que caracteriza Seda como uma povoação fortificada.
O conjunto consistiu numa cerca urbana da qual subsistem troços de muralha em alvenaria de xisto à fiada, argamassada em cal, sem ameias, unindo três cubelos de planta circular, e os vestígios de um quarto. Estes vestígios encontram-se entre hortas e quintais das habitações da rua do Castelo, do lado Leste, e em uma encosta abrupta que já é propriedade agrícola praticamente devoluta.
O primitivo povoamento humano desta região remonta a época pré-histórica, de que são testemunho cerca de uma dezena e meia de antas ali identificadas. A presença romana na região é testemunhada pela Ponte de Vila Formosa, erguida entre o século I e o século II, e marcos miliários de uma estrada.
Alguns autores admitem que a primitiva fortificação da povoação remonte a um castro dos Lusitanos, ocupado por tropas romanas que sobre ele teriam erguido uma fortificação, o que não se encontra comprovado.
Chegaram até aos nossos dias um troço da muralha medieval, reforçado por cubelos, em precário estado de conservação. Esses vestígios encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público, por Decreto publicado em 26 de Fevereiro de 1982.
Janela Renascentista Geminada
Um dos vários vestígios do casario da época, ao redor da praça principal, data de Séc. XVI.
Moldura com colunelos de cada lado, de dupla arcada em granito que assenta no mainel cuja coluna (base; fuste; e capitel) é em mármore.
Cronologia: Séc XVI
Largo do Pelourinho
Símbolo da autonomia municipal.
Com estilo Manuelino, tem uma cantaria de granito, coluna com fuste espiralado e elementos vegetalistas. Esfera armilar em ferro.
No Séc. XX esteve desmontado durante alguns anos. Foi reconstruído com erro na posição dos troços do fuste.
Cronologia: Séc. XVI (Provavelmente no momento do novo foral de Alter do Chão, atribuído por D. Manuel em 1512).
Coudelarias
Coudelaria Alter Real
A Coudelaria de Alter é criada em 1748, no âmbito de uma nova política coudélica, iniciada no ano de 1708, pelo Rei D. João V, consequência da moda europeia.
Dominando a política coudélica, estava a profunda convicção de que a identidade nacional e a caracterização plástica e artística da Picaria Real teria de assentar na produção nacional de cavalos de sela, de Alta Escola.
É a mais antiga e notável Coudelaria Portuguesa e, no mundo, a que mais tempo leva de funcionamento ininterruptamente no assento originário.
É ao Rei D. José I que, quase inteiramente, cabe o mérito da instalação e estruturação da Coudelaria de Alter.
O núcleo inicial da manada foi inteiramente constituído por éguas, na sua maioria, propositadamente adquiridas em Espanha.
No processo de alargamento da área de pastoreio foi organizado, no final de 1757, o potril da Azambuja para funcionar como estrutura complementar da Coudelaria de Alter, para recria dos poldros após a desmama.
Hoje em dia é aqui que funciona a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC) e ainda o Hotel Vila Galé Collection Alter Real.
Propriedade: Companhia das Lezírias
Coudelaria do Monte Barrão
A herdade do Monte Barrão é propriedade da família desde o século XIV. Hoje com 600 hectares de agricultura e pecuária, a herdade beneficiou de inúmeros investimentos em regadio, eletrificação, instalações e equipamentos modernos e sofisticados. Com produções importantes de uva, melão e melancia, azeitona, cereais e forragens, a exploração inclui ainda uma substancial atividade pecuária, com excelente apuramento genético e alimentação muito cuidada. Sob a orientação de um veterinário residente, vacas Alentejanas, e Blonde d’Aquitaine são selecionadas e cruzadas com rigor e exigência.
A Coudelaria do Monte Barrão começa em 1988 com a compra de uma égua afilhada da Coudelaria de Alter. A De-xara (Xerife e Sainha) vinha então com a Horcali (Cateto e De-Xara) A estas juntaram-se em 2000 três éguas de Manuel Maia Correia. Ruca (Tulio II e Novilheira por Fidalgo), Samaritana (Tulio II e Herdada por Cantanhede) e Saprófita (Mondego e Oferta por Tulio II).
A Coudelaria sempre utilizou garanhões de outras coudelarias, por forma a procurar os melhores emparelhamentos para cada égua.
Os primeiros garanhões utilizados foram o Icaro, Mondego, Jerez, Hinorco.
Em 2001 construíram-se instalações novas, com picadeiro coberto, boxes, área de maneio para éguas e poldros, paddocks e prados de regadio. Desde então os garanhões utilizados foram o Moscatel, Oceano, Importante, OHeide, Manilha, Viheste, Perfeito, Rubi, Rajá, Zimbro e em 2014 foi utilizado o primeiro reprodutor da coudelaria o Ébano.
Sempre se deu particular importância ao maneio precoce e intensivo, identificando as virtudes e dificuldades de cada animal, com o objetivo de criar animais calmos e habituados ao homem. O maneio sanitário e alimentar cuidado são sempre uma prioridade. O trabalho e ensino iniciam-se de forma progressiva e tranquila.
Criação cavalos lusitanos: a nossa atividade principal
Cobrição / inseminação: aproveite as nossas instalações e pessoal. Temos garanhões com várias origens.
Estágios, Lições, Pensão, Passeios. Se quiser aprender, trabalhar, passear ou divertir-se. Fale connosco para planear as suas férias.
Morada: Rua Feliciano Castilho, nº3 APT 47
7440-022 Alter Chão
Telefone: +351 245 612 167
Coudelaria Torre Vaz Freire
A Coudelaria Torres Vaz Freire é fundada em 1978 por Marcos Torres Vaz Freire e seu filho Carlos Torres, utilizando éguas com ferros Rio Frio e João Moura.
A sua vocação inicial, que ainda hoje se mantém, é a produção de cavalos destinados a lide equestre.
Por outro lado, porque os seus cavalos não se esgotam no toureio, a Coudelaria Torres Vaz Freire vence desde 1996, através do cavaleiro Rodrigo Torres, as provas de equitação tradicional à portuguesa realizadas no decorrer da Feira Nacional do Cavalo na Golegã.
De momento a eguada é composta por dez animais ferro Torres Vaz Freire, todos de linhagem Veiga e que pastam na Herdade de Vila Formosa, tendo a Coudelaria vindo a utilizar como padreadores ORIENTAL, NILO e HÁBIL (todos ferro Manuel Veiga), HERCULES (ou MALHINHA) (ferro Lima Monteiro), MOSCATEL (ferro Herdade do Retaxo) e RÁJÁ (ferro Assunção Coimbra).
Rodrigo Torres, o equitador residente
Equitador da Coudelaria Torres Vaz Freire, onde trabalha cavalos da casa e de clientes, Rodrigo Brito de Moura Coutinho Torres nasceu em Portalegre no dia 29 de Março de 1977, filho de Carlos Maria de Sousa Coutinho Torres e de Catarina Beatriz Brito Elias de Moura Coutinho Torres. Reside no Monte de Vila Formosa.
O ensino de dressage, outra vertente da Coudelaria
Em Vila-Formosa também prestamos um serviço de estadia e ensino para o seu cavalo.
Se o seu objetivo for valorizar o seu cavalo, por pretender vende-lo, por lhe dar gozo montar um cavalo bem ensinado ou mesmo para competição, toureio e derriba. Conte connosco para o ajudar.
Na Coudelaria Torres Vaz Freire, primamos por um grande objetivo. Conseguir cavalos com aptidão para dressage a nível de Grande Prémio.
SERVIÇOS PARA CAVALOS:
Estadia e ensino. Mensalidade: 500 € [não inclui ferrador nem serviços veterinários]
SERVIÇOS PARA CAVALEIROS:
Estágios de ensino administrados por Rodrigo Torres e Ricardo Walenstein.
Preço por lição: 40 € – Para alojamento, visite as nossas Casas de Campo
Telefone: (+351) 245 637 005
Correio Eletrónico: coudelaria@vila-formosa.com
Carlos Torres 914 223 898 / Rodrigo Torres 934 059 157 / Marcos Torres: 916 564 197
Curiosidades, Personalidades e Números de Alter do Chão
Aldeias desaparecidas:
- Vila Formosa (próximo de Chança)
- Reguengo (interior da Coudelaria de Alter)
Batalhas:
- Representada em Alter do Chão (Casa da Medusa):
- Batalha de Hidaspes (326 a.C., Paquistão, Alexandre Magno e Poro)
- Lenda local:
- Destruição de Abelterium (120 d.C., tropas do Imperador Adriano)
- Ocorridas em Alter do Chão:
- Castelo de Seda (1160, conquistado ao domínio islâmico por D. Afonso Henriques com auxilio dos Cavaleiros Templários)
- 18 Melhores de Alter (1349, alterenses e burguesia local contra Martin Estevanez de Moles, nobre alentejano)
- Castelo de Alter Pedroso (1662, Don Juan José de Austria, Guerra da Restauração (1640-1668)).
Conventos:
Convento do Espirito Santo (Alter do Chão, fundado a 24 de Abril de 1595, Frades Carmelitas Descalços)
Convento de Santo António (Alter do Chão, fundado a 3 de Outubro de 1617 pelo duque de Bragança, D. Teodósio II, pai de D. João IV, pertencia à Ordem de Frades Capuchos da Província da Piedade)
Convento de São Brissos (Freguesia de Seda, não há sustentação de base histórica credível da sua existência)
Património Classificado:
- Monumentos Nacionais:
- Ponte Romana de Vila Formosa (Seda, séc. I a.C./séc. I d.C.)
- Castelo de Alter do Chão (Alter do Chão, Medieval)
- Imóveis de Interesse Público:
- Estação Arqueológica de Alter do Chão (Casa da Medusa, Alter do Chão, sécs. I-VII)
- Castelo de Alter Pedroso, muralha (Alter do Chão, Medieval)
- Castelo de Seda, muralha (Seda, Medieval)
- Chafariz Renascentista da Praça da República (Alter do Chão, 1556)
- Casa do Álamo (Alter do Chão, séc. XVII/XVIII)
- Igreja do Convento de Santo António (Alter do Chão, séc. XVII/XVIII)
- Monumentos de Interesse Público:
- Igreja do Bom Jesus do Outeiro (Alter do Chão, séc. XVIII)
- Igreja de Santo António dos Olivais (Alter do Chão, séc. XVI/XVII)
- Ponte dos Mendes (Chancelaria, cronologia indeterminada)
- Sítio de Interesse Público:
- Villa Romana da Quinta do Pião (Alter do Chão, Alto Imperial e Antiguidade Tardia)
Personalidades, associadas directa ou indirectamente a Alter do Chão:
- Alexandre, o Grande (mosaico da Casa da Medusa, séc. IV)
- Poro, Rei de Paurava (mosaico da Casa da Medusa, séc. IV)
- Adriano, Imperador (lendária destruição de Abelterium pelas s/tropas, 120 d.C.)
- Mestre Vicente, Bispo da Guarda (primeiro foral de Alter do Chão, 1232)
- D. Pedro I, Rei (reconstrução do Castelo de Alter do Chão, episódio de Maria Roussada,1359)
- Martin Estevanez de Moles, nobre alentejano (18 Melhores de Alter, 1349)
- D. Isabel de Portugal, Princesa (filha do rei D. Manuel e irmã do rei D. João III, Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico esposa do Imperador Carlos V, passou por Alter do Chão a 1 de Fevereiro de 1526 quando se dirigiu para Sevilha para casar com o Imperador Carlos V. A princesa D. Isabel terá ficado alojada em Alter do Chão, entre 1 e 3 de Fevereiro de 1526, porque no dia 2, sexta-feira, era dia de Nossa Senhora das Candeias e a futura imperatriz espanhola quis assistir às comemorações)
- Frei Claude de Bronseval, Peregrinatio Hispanica (esteve em Alter do Chão em 1532 e 1533, secretário do abade cisterciense da Abadia de Claraval, Dom Edme de Saulieu)
- Diogo Mendes de Vasconcelos (nascido em Alter do Chão, 1523-1599)
- D. Teodósio II, duque de Bragança (Manda construir o Convento de Santo António, 8 de Outubro de 1617)
- Filipe II, de Espanha (passa por Alter do Chão a 28 de Fevereiro de 1581, a caminho das Cortes de Tomar, onde é proclamado rei de Portugal, como Filipe I, de Portugal)
- Filipe II, de Portugal (passa por Alter do Chão a 20 de Outubro de 1619)
- D. João V, Rei (Coudelaria de Alter, fundada em 1748)
- Távoras (sepultados na Igreja do Convento de Santo António)
- João Azevedo Coutinho, Almirante (alterense, 1865-1944)
- D. Carlos, Rei (visita Alter do Chão)
Fontes e Fontanários
Chafariz da Barreira
Construído pela Câmara Municipal, enquadrado no barroco tardio. Tem os brasões dos Duques de Bragança e da Vila de Alter do Chão.
Foi inicialmente construído entre o castelo e a igreja da Misericórdia. Em 1966/67 foi desmontado e reconstruído neste local.
A inscrição refere: “SENDO P. DA CAMARA FRANCO ANTO DE MORAES SEIXAS LEMOS SE FES ESTA OBRA em 1799”.
Cronologia: Séc. XVIII
Chafariz da Torrejana
Teve arranjos no Séc. XVIII, que taparam os cunhais de granito da primeira construção, mas distinguem-se com uma observação atenta.
No espaldar estão os brasões dos condes de Barcelos – duques de Bragança e da Vila de Alter do Chão.
Cronologia: Tipologia do Séc. XVI
Chafariz Del Rei Cebola
Chafariz dos Bonecos
Construído pela Câmara Municipal. Enquadrado no barroco tardio. O medalhão central tem um busto em baixo-relevo que se presume representar o príncipe regente D. João, mais tarde rei D. João VI.
Tem os brasões dos Duques de Bragança e da Vila de Alter do Chão. Tinha ainda umas esculturas de figuras humanas em terracota, o que lhe deu o nome.
A inscrição refere: “SENDO P. DA CAMARA FRANco ANTo DE MORAES SEIXAS LEMOS SE ABRIRAM ESTAS AGOAS SE FES ESTA OBRA em 1799”.
Chafariz Quinhentista
Mandado construir pela Casa de Bragança (Alter do Chão pertencia ao senhorio da Casa de Bragança). Erudita e moderna linguagem arquitetónica e decorativa em pedra de excelência – mármore.
Alpendrada de três colunas coríntias onde se apoia o entablamento, o friso deste e as colunas são decorados por característicos relevos de motivos grotescos e o remate superior com volutas.
No espaldar do chafariz estão dois medalhões decorados com laçarias e duas cabeças aladas com o brasão de armas da Vila e o dos condes de Barcelos – duques de Bragança.
Classificado: IIP – Imóvel de Interesse Público, 1974.
Datado: FACTUS 1556 (sobre os medalhões).
Fonte dos Peixes
Implantada aquando de um rearranjo deste largo que em tempos foi o Rossio do Espirito Santo. De linha nacionalista (provavelmente inspirada num exemplar de Lisboa).
Cronologia: Meados da segunda metade do Séc. XX
Igrejas, Capelas e Convento
Capela de Santa Ana
Arquitetura “Chã”, com portal de influência maneirista. No interior, as componentes decorativas integradas obedeceram a um programa de pleno barroco português.
Uma inscrição no portal refere uma renovação do templo, pela família da Casa do Álamo: “ESTA OBRA MANDOU FAZER DIOGO MENHANS E SUA MULHER D MARGARIDA DE SOUZA 1739”.
Cronologia: Séc. XVI e XVIII
Capela e Antigo Hospital da Misericórdia
Em 1524 o hospital e a capela de S. Domingos foram incorporados na, então criada, Irmandade de Invocação a Nossa Senhora da Misericórdia de Alter do Chão.
O conjunto passou por grandes obras em final de quinhentos ou já em seiscentos conservando linha Maneirista. O hospital, o janelão e os profusos elementos decorativos integrados do interior da igreja são renovados em setecentos, com linha do pleno Barroco.
Cronologia: Séc. XVI, XVII e XVIII
Igreja da Nossa Senhora da Alegria (Antiga Ermida do Espirito Santo)
Fez parte do Convento de Carmelitas Descalços, que foi também albergaria. Destaca-se, desta época, o portal renascentista da fachada, um púlpito e uma pia de água benta em mármore.
Consequência de modificações setecentistas (com trabalho barroco) destaca-se a janela sobre o portal e a torre com vãos sineiros duplos nas quatro faces e três pisos abobadados.
Cronologia: Finais do Séc. XVI e XVIII
Igreja de Nossa Senhora das Neves
Da construção primitiva resta o portal com arco de volta redonda assente sobre capitéis simples e a torre sineira encosta ao cunhal da direita, rematada por cúpula piramidal com quatro coruchéus nos cantos.
O interior tem uma só nave com os tetos esquinados e o arco do cruzeiro de volta redonda, com elementos decorativos do Barroco. Tem quatro altares, sendo que um dos laterais foi de São Tiago.
Cronologia: Séc. XV – XVIII
Igreja do Senhor Jesus do Outeiro
Dedicada à paixão de Cristo, é um destacado templo barroco de construção de raiz. Fachada com exuberante portal e torre sineira de quatro olhais/vãos.
Planta retangular de ângulos cortados e abobadada com um coro/tribuna de três arquivoltas, com elaboradas sacadas de ferro forjado.
Profusos elementos decorativos integrados, incluindo já alguns rocaille.
Cronologia: Meados do Séc. XVIII
Igreja de São Francisco
Da ordem Terceira de São Francisco.
Igreja Matriz
Com vista à demolição da antiga igreja matriz que se situava no centro do antigo Largo da Graça iniciou-se, por volta de 1877 a construção de uma nova igreja de três naves.
Passado pouco tempo a obra é interrompida e só retomada e concluída em meados do Séc. XX, com alterações ao projeto inicial, essencialmente ao nível da fachada.
Cronologia: Séc. XX
Antigo Convento de Santo António (Igreja de Santo António)
Obra iniciada em 1617 por D. Teodósio II, Duque de Bragança. Amplamente modificado no final de setecentos, constituindo um destacado exemplar da arquitetura barroca alentejana.
Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, a igreja passou para a Paróquia, que a mantém ao culto. Já a parte residencial e cerca passaram para a Fazenda Pública, que procedeu à sua venda.
Em 1990, a parte residencial é adaptada a hotel – hoje o “Hotel Convento D’Alter” –, sendo mantidas muitas das suas características.
Núcleos Museológicos
Casa do Álamo
A Casa do Álamo é um dos mais imponentes imóveis de Alter do Chão destacando-se por ser um ícone no Centro histórico desta Vila de Alter do Chão.
Construída em 1649, por Diogo Mendes de Vasconcelos, sobrinho do poeta homónimo do século XVI, e sua mulher, Margarida Manso de Sousa, foi profundamente reformada em 1732. Ostenta brasão Vasconcelos e Sousa.
A exposição permanente aborda aspetos da história local, muitos a partir da história da própria casa, num período cronológico que vai do séc. XVI ao XX.
Esta unidade museológica para além de se inserir na tipologia de Museu de história local/de território insere-se também, em parte, na de Casa Museu (incluindo a emblemática Casa Agrícola Alentejana).
Jardim do Álamo
O jardim faz parte integrante da Casa, ambos classificados como Imóvel de Interesse Público.
Tratava-se de uma quinta que aliava a produção de géneros frutícolas e hortícolas para consumo da Casa, com o lazer. Tem grande multiplicidade de espécies, entre autóctones e exóticas. Destaca-se uma parcela de jardim de buxo com traço geométrico.
Tem um característico sistema hidráulico com os poços/noras, os tanques e todo o sistema de caleiras, que possibilitam a captação, armazenamento e distribuição da água para a rega.
Castelo de Alter do Chão
Edificação provavelmente de origem romana que após a integração da região no al-Ândalus, terá sido reconstruída no séc. X, durante o Califado de Córdova (929-1031), sob o governo de Abd al-Rahman III (912-961).
Historicamente referido pela primeira vez no foral de 1232, outorgado por D. Vicente, bispo da Guarda, o castelo foi alvo de diversas obras de reconstrução e modernização, uma das quais por ordem de D. Pedro I (1320-1367), a 22 de Setembro de 1361, tal como prova a epigrafe conservada no interior do monumento. A cerca medieval, cuja construção data deste mesmo ano, nunca foi terminada.
Construído em granito, teve funções residenciais, mais tarde alcaidaria e prisão, apresenta planta quadrangular, três torres, uma de menagem e outra torre-porta e três torreões, dois dos quais em cubelo.
Monumento Nacional, 1910
Alter do Chão, Largo Barreto Caldeira
Fundação Casa de Bragança, sob gestão cultural do Município de Alter do Chão
Estação Arqueológica da Casa da Medusa
A Casa da Medusa (séc. I-VII), um dos principais sítios arqueológicos para o conhecimento da presença romana na região, era uma villa da cidade de Abelterium (Alter do Chão), localidade situada na Via XIV que ligava Olisipo (Lisboa) à capital da província da Lusitânia, Augusta Emerita (Mérida). Conserva a área residencial, as termas e uma pequena necrópole de três sepulturas (séc. VI-VII) identificada no interior de uma das piscinas do frigidarium (sala de banhos frios).
O proprietário (dominus) seria um aristocrata local, de inquestionável riqueza, cultura e gosto requintado, que ostensivamente decorou e transformou a sua casa numa residência de luxo, com diversas esculturas, pinturas murais e pavimentos em mosaico, de enorme qualidade técnica e artística, dos quais se destaca o pavimento da sala de jantar com representação de Alexandre, o Grande, na cena mais emblemática da batalha de Hidaspes.
Imóvel de Interesse Público, 1982
Alter do Chão, Ferragial d’El-Rei
Estado Português, sob gestão do Município de Alter do Chão
Património Arqueológico
Mosaico de Alexandre, O Grande
No centro do triclinium (sala de jantar) da Casa da Medusa, um mosaico profusamente decorado, datado da primeira metade do séc. IV, ostenta a cena mais emblemática da batalha de Hidaspes, ocorrida em finais de Maio de 326 a.C., em território actualmente pertencente ao Paquistão, pelo que se presume que o dominus (dono) seria muito provavelmente um militar de alta patente.
Neste registo, quase fotográfico, destaca-se a exuberante figura de Alexandre, o Grande seguida por três soldados frígios. Semiflectido, aos seus pés, está Poro, rei de Paurava trazido por Méroe, ladeado por dois guerreiros. Em baixo, recostado à esquerda, está o deus-rio Hidaspes (Jhelum), a personificação do rio em cuja margem oriental ocorre a batalha. No lado oposto, encontra-se o deus Oceano, que recebe as águas do flúmen asiático.
Necrópole Alto-Medieval da Quinta da Cerca
Necrópole da elite social cristã/moçárabe de *Alteiru (Alter do Chão) em época visigoda e islâmica (sécs. VII-IX).
Espaço de enterramento de grandes dimensões, com inumações exclusivamente em decúbito dorsal, na qual já se exumaram quase uma centena de indivíduos, nas cerca de trinta sepulturas escavadas.
O empobrecimento do espólio metálico, verificado habitualmente nas sepulturas deste período, contrasta com a abundância, variedade e riqueza do material exumado nesta necrópole (anéis, pulseira, bracelete, brincos, contas de colar, alfinetes, fivelas e elementos de cinturão).
Necrópole Tardo-Antiga da Casa da Medusa
No período que medeia entre a primeira metade do séc. VI e a primeira metade do séc. VII e já numa fase de total abandono e ruína das termas de *Abelteriu (Alter do Chão), uma das piscinas do frigidarium (sala de banhos frios) foi utilizada como necrópole.
Na sua construção foi reutilizado material de construção romano e a disposição cuidada e o enquadramento arquitetónico das sepulturas indiciam, fortemente, a possibilidade de serem sepulturas privilegiadas, que estarão dentro ou junto de uma basílica ou oratorium funerário, com enterramentos inumados com espólio em bronze e ferro.
Ponte dos Mendes
Ponte de pequena dimensão, com 25m de comprimento e cerca de 3,5m de largura, construída em xisto, com tabuleiro sem lajeado visível e com guardas de pouca altura, dois arcos e um olhal, em forma de pórtico, e sob este um corta-mar, no lado montante.
Realça-se o facto do aparelho de construção revelar nitidamente a simbiose de duas técnicas construtivas, eventualmente sintomáticas da existência de dois momentos construtivos distintivos. Contudo, poderá tratar-se apenas de um restauro, pois as memórias paroquiais de 1755 não a referem, possivelmente pelo facto de se encontrar em situação de grande ruína.
Monumento de Interesse Público, 2012
Ribeira de Alfeijós, Herdade da Ferraria, Freguesia de Chancelaria
Propriedade privada
PR1 ALT: Percurso “Olhar Sobre a Ribeira de Seda”
Ponte Romana de Villa Formosa
Construída entre 27 a.C. e 14 d.C. sobre a Ribeira de Seda, integrava a via romana que passava por Abelterium (Alter do Chão) e ligava Olisipo (Lisboa), à capital da província romana da Lusitânia (Augusta Emerita, Mérida).
Possui pegões rectangulares, decorados com molduras de características clássicas, que suportam seis arcos de abertura idêntica, sobre os quais assenta um tabuleiro de perfil horizontal com mais de 100 metros de comprimento e cerca de 7 metros de largura.
Entre os arcos existem cinco olhais, que permitem o escoamento da água em situações de cheias mais violentas. Abaixo das guardas, apresenta uma cornija em todo o seu comprimento, elemento que a montante intercala com gárgulas.
A regularidade que apresenta, o aparelho de construção em opus quadratum almofadado e as marcas do forfex, visíveis em todo o monumento, fazem da construção um excelente exemplar de arquitectura civil e a ponte romana melhor conservada em Portugal.
Monumento Nacional, 1910
Freguesia de Seda, sob a Ribeira de Seda, acerca de 13 km de Alter do Chão
Estado Português, sob a tutela do Município de Alter do Chão
PR1 ALT: Percurso “Olhar Sobre a Ribeira de Seda”
Villa Romana de Quinta do Pião
Enquadrada na tipologia das grandes villae imperiais, de grande dimensão e de grande fausto e de inquestionável importância para o conhecimento da presença romana nesta região.
Nesta importante villa terão residido magistrados locais, em exercício de cargos público ou personalidades de estatuto económico e social elevado de Abelterium (Alter do Chão), localidade à qual estaria ligada, por um troço secundário da via romana.
As escavações arqueológicas efetuadas no local colocaram a descoberto as termas, duas absides de grandes dimensões e uma necrópole tardo-antiga.
Sítio de Interesse Público, 2014
Herdade da Quinta do Pião, Alter do Chão
Privado, sob a tutela do Município de Alter do Chão